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Craniofaringioma na Infância


O empoderamento em saúde melhora a comunicação entre médicos e pacientes e reduz as chances de diagnósticos incorretos. O destaque de hoje é o craniofaringioma. Acompanhe e saiba mais sobre esse tumor cerebral benigno que afeta pessoas de todas as idades.

Os Craniofaringiomas são mais frequentemente diagnosticados entre as idades de 5 a 15 anos, mas também podem se desenvolver entre 45 e 60 anos. Esses tumores ficam localizados na base do crânio, perto da glândula pituitária (também chamado de hipófise) e podem causar sérios impactos na qualidade de vida.

É uma doença grave que já foi fatal em crianças e adultos, mas hoje tem um prognóstico muito melhor graças aos avanços no tratamento cirúrgico. O paciente infantil, geralmente, tem entre 80 e 90% de chance de cura com a cirurgia. No entanto, a intervenção cirúrgica continua delicada e os tratamentos hormonais complementares podem ser necessários para a vida toda. Além disso, o acompanhamento anual até pelo menos 10 anos após a cirurgia é fundamental, pois existe uma tendência de recidiva.

Os Craniofaringeomas podem variar em tamanho e podem conter cistos. Devido à sua posição na parte inferior do cérebro, esses tumores estão muito associados a sintomas específicos, como problemas de visão e de crescimento. Outras manifestações menos frequentes são a hidrocefalia, a diabetes, alterações de personalidade e distúrbios neurológicos. O tumor pode ainda comprimir o tecido cerebral ao crescer, levando a sinais de hipertensão intracraniana (dores de cabeça e distúrbios oculares).

🔹Déficit na produção do hormônio do crescimento é um sinal frequente, presente em uma em cada três crianças.
🔹A puberdade também é retardada em mais da metade dos casos.
🔹Em 20% dos casos, a falta de produção do hormônio antidiurético leva ao diabetes insípidos, que resulta em produção excessiva de urina.

Vale destacar que crianças em tratamento de Craniofaringioma podem ganhar peso em excesso e apresentar dificuldades para dormir. A obesidade está ligada ao desequilíbrio hormonal e/ou fome incontrolável decorrente da compressão do centro de apetite no hipotálamo

A principal parte do tratamento é remover cirurgicamente o máximo possível do tumor. Em alguns casos, os craniofaringiomas podem apresentar cistos que contém líquido e com suas paredes aderidas a estruturas cerebrais importantes, o que dificultam sua ressecção cirúrgica completa e tendem a se formar novamente, podendo ocasionar recidivas do tumor. 

Além de realizar a cirurgia, é provável que o paciente também necessite de tratamentos complementares com hormonioterapia e outros.

No próximo post da Série, iremos conversar sobre os Cordomas – um tipo raro de tumor que ocorre nos ossos da base do crânio e da coluna vertebral. Até breve!

 
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