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Entenda a diferença entre Acidente Vascular Cerebral e Aneurisma Cerebral
Data: 16 de maio de 2022O Acidente Vascular Cerebral e o Aneurisma Cerebral são duas condições que, além de apresentar causas diversas, manifestam sintomas diferentes e necessitam de tratamentos distintos.
👉 O Acidente Vascular Cerebral ISQUÊMICO ocorre pelo entupimento de um vaso sanguíneo cerebral e costuma manifestar sintomas súbitos, que podem incluir alguns ou todos os seguintes:
🔺 Dormência e Fraqueza súbita em um só lado do corpo – rosto, braço e perna ;
🔺 Perda da fala;
🔺 Dificuldade de linguagem;
🔺 Dificuldade de equilíbrio, coordenação ou capacidade de andar;
🔺 Perda de visão ou dificuldade em enxergar;
🔺 Tonturas, náuseas ou vômitos;
🔺 Dor de cabeça incomum, súbita e intensa.
👉 O Aneurisma Cerebral dificilmente ocasiona sintomas antes do rompimento do vaso arterial enfraquecido. Quando o rompimento ocorre, causa um tipo de Acidente Vascular Cerebral HEMORRÁGICO, onde o paciente pode manifestar:
🔺 Dor de cabeça súbita e incapacitante – geralmente descrita como “a pior da vida”;
🔺 Desmaio/Perda de Consciência;
🔺 Vômitos intensos;
🔺 Crises Convulsivas/Ataque Epiléptico;
🔺 Confusão mental, agitação psicomotora ou desorientação;
🔺 Perda de visão ou dificuldade em enxergar;
🔺 Dormência ou fraqueza nos braços ou pernas, em um ou ambos os lados;
🔺 Visão turva ou dupla.
👉 O Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico (AVCh) ocorre quando um vaso sanguíneo (geralmente uma artéria com uma das camadas de sua parede enfraquecida), se rompe e causa o extravasamento de sangue dentro do crânio, causando lesão cerebral e provocando inchaço na região.
Normalmente, o diagnóstico precoce, principalmente antes que ocorra o rompimento, com o tratamento adequado do Aneurisma Cerebral, pode evitar o Acidente Vascular Cerebral Hemorrágico.
🚨 Apesar de distintas, essas condições necessitam de atendimento médico especializado imediato e com urgência.
🚨 O tratamento do AVC Isquêmico AVCi), na maioria dos casos, é medicamentoso, sendo, porém, em algumas situações indicado também o tratamento endovascular, tendo ambos a intenção de desobstruir o vaso sanguíneo cerebral e restaurar o fluxo sanguíneo do cérebro. Em alguns casos ainda assim pode ser necessário a realização de intervenções.
🚨 A cirurgia – seja ela a microcirurgia ou a endovascular - é o tratamento indicado para a maioria dos casos em que os aneurismas cerebrais se rompem ou que possuem iminente risco de rompimento.
⚠ O tratamento conservador, apenas uso de medicação e observação clínica, só é uma opção quando o aneurisma não foi rompido, e tem baixo risco de se romper – o que depende de seu tamanho, formato, localização e posição. Nestes casos, as estratégias são selecionadas pelo médico neurocirurgião e incluem a diminuição dos fatores de risco como cessar o tabagismo e o controle rigoroso da pressão arterial.
📌 A microcirurgia vascular intracraniana para o tratamento do aneurisma cerebral é realizada através de uma craniotomia, que é um procedimento cirúrgico no qual o cérebro e os vasos sanguíneos são acessados através de uma abertura no crânio. Depois que o aneurisma é identificado, ele é cuidadosamente dissecado (separado) do tecido cerebral circundante. Um pequeno clipe de titânio é então aplicado no colo (base) do aneurisma. Ao ser instalado, este clipe fecha a entrada de sangue no aneurisma. Em seguida o crânio é fechado. Caso a cirurgia ocorra antes do rompimento do aneurisma, estatisticamente, mais de 98% dos casos tem sucesso e a maioria dos pacientes recebe alta hospitalar em poucos dias, voltando a sua vida normal em poucas semanas.
📌 O tratamento endovascular por cateterismo, também tem o objetivo de impedir o fluxo sanguíneo para dentro do aneurisma cerebral. Para isso, um cateter é inserido na artéria femoral, na perna, e cuidadosamente levado ao cérebro, onde acontece a implantação de micro-molas no interior do aneurisma – assim o fluxo sanguíneo se torna mais lento e causa um coágulo (trombose) dentro dele e, assim, a entrada do sangue é vedada. Ainda existe a possibilidade do uso dos “divisores de fluxo”, que são uma espécie de “stent”, que é colocado como um reforço por dentro da parede do vaso, e impede a entrada de sangue ao aneurisma. Embora menos invasivo, as taxas de sucesso deste tipo de tratamento são relativamente menores do que os da microcirurgia, porém aumentam progressivamente com a evolução das técnicas e dos implantes. Quando realizado antes do rompimento do aneurisma, a maioria dos pacientes também recebe alta hospitalar em poucos dias, voltando a sua vida normal em poucas semanas. Porém após o tratamento endovascular o paciente deverá fazer uso contínuo de medicamentos anticoagulantes.
🎯 Fonte: American Association of Neurological Surgeons