Publicações
Data: 18 de janeiro de 2021
No post de hoje, vamos abordar uma condição que não é perigosa, mas pode ser extremamente desconfortável. Já ouviu falar do espasmo hemifacial, também conhecido como tique convulsivo?
No início, esses espasmos surgem como tiques quase imperceptíveis na bochecha, ao redor da pálpebra e da boca. Porém, ao longo do tempo, esses movimentos involuntários se intensificam e podem acometer outras partes do rosto.
Esse tipo de espasmo é causado por lesão ou irritação do nervo facial, tendo como característica a contração sem aviso dos músculos de apenas um lado do rosto. Em casos mais graves, os tiques podem fazer com que o olho feche completamente ou lacrimeje, impactar a fala, alterar a capacidade de ouvir, provocar zumbido e dor de ouvido.
É comum que este distúrbio seja causado – como no caso da neuralgia do nervo trigêmio – por um conflito neurovascular, que nada mais é do que um vaso sanguíneo, geralmente arterial, deslocado de sua posição habitual, comprimindo o nervo em sua origem, no tronco cerebral.
Há três linhas de tratamentos para aliviar esses efeitos:
- Medicamentos anticonvulsivantes ou relaxantes musculares de uso oral.
- Injeções de toxina botulínica – que paralisa os músculos temporariamente. Pequenas quantidades de produtos químicos de Botox são injetadas perto dos músculos que estão se contraindo. O procedimento reduz por três a seis meses os sintomas.
- Cirurgia - uma solução permanente que leva ao alívio duradouro dos sintomas. A mais comum é a de descompressão microvascular. No post inicial de Neuralgia do Trigêmeo, eu detalhei como é feito esse procedimento, onde o médico neurocirurgião localiza o vaso sanguíneo pressionando ou irritando o nervo facial e aí coloca um material esponjoso entre o nervo e o vaso sanguíneo, removendo a pressão.
Os espasmos hemifaciais não tratados podem ser tornar perturbadores com o tempo, especialmente quando se espalham por todo o lado do rosto, dificultando ou até mesmo impedindo a realização de atividades diárias.