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Data: 15 de março de 2021

Para finalizar a série sobre Gliomas, vamos conversar sobre o tumor mais agressivo entre os que se formam nas células gliais. Os Glioblastomas têm crescimento rápido, podendo dobrar de tamanho a cada período de 3 semanas e comumente se espalham para o tecido cerebral, caso não sejam realizados os tratamentos adequados. 

⏭O Glioblastoma Multiforme (GBM) é uma neoplasia maligna, ou seja, um Câncer, sendo classificados no Grau IV de Malignidade pela OMS. 

►Como dissemos, sem o tratamento adequado este tipo de Câncer é devastador e até a poucos anos a maioria dos pacientes perdiam a vida nos primeiros meses após o diagnóstico.  

Com a evolução dos meios de diagnóstico por imagem, principalmente da Ressonância Magnética, além dos avanços nas técnicas cirúrgicas, na classificação anatomopatológica, que passou a contar com testes biomoleculares e genéticos, favorecendo o tratamento adjuvante, com radioterapia, quimioterapia e imunoterapia personalizadamente para cada paciente, houve uma grande melhoria na sobrevida, na qualidade de vida e no tempo livre de doença dos pacientes vítimas deste tipo de câncer cerebral. 

A AANS (American Association of Neurological Surgeons) aponta as características desse tumor que tornam o tratamento desafiador, como:
🔹Localização do tumor
🔹Resistência inerente à terapia convencional
🔹Capacidade limitada do cérebro de se reparar
🔹Migração de células malignas para o tecido cerebral adjacente
🔹O suprimento sanguíneo do tumor variavelmente interrompido que inibe a distribuição eficaz de quimioterapia 
🔹Quebra da Barreira Hemato-encefálica pelo tumor, resultando em inchaço cerebral ao redor do tumor
🔹Hipertensão intracraniana
🔹Resposta limitada às quimioterapias convencionais 

Segundo a AANS, a incidência do glioblastoma é de dois a três por 100.000 adultos por ano, sendo responsável por 52% de todos os tumores cerebrais primários.

✔Adultos entre 45 e 70 anos são mais afetados.

Conheça os principais sintomas: 
🔹Dores de cabeça persistentes
🔹Visão dupla ou turva
🔹Vômito
🔹Perda de apetite
🔹Mudanças de humor e personalidade
🔹Mudanças na capacidade de pensar e aprender
🔹Convulsões
🔹Dificuldade de fala 

A base do tratamento para GBMs é semelhante ao do glioma anaplásico, com a realização da cirurgia, seguida por radiação e quimioterapia, porém atualmente temos utilizado a investigação das características genéticas e biomoleculares de cada lesão para personalizar o tratamento adjuvante com o uso de novas tecnologias, como os imunoterápicos. 

Na maioria dos casos, após o diagnóstico, é feita uma cirurgia, através de uma craniotomia guiada por neuronavegação e com uso de microscopia e técnicas minimamente invasivas, além da monitorização neurofisiológica intraoperatória, além do uso de equipamentos de imagem intraoperatória, para confirmação da localização da lesão e da extensão da máxima ressecção cirúrgica em tempo real. 


Referência: American Association of Neurological Surgeons
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