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Após a publicação sobre Cervicalgia, algumas pessoas me escreveram relatando sobre as constantes dores no pescoço. Por isso, no post de hoje, vamos aprofundar o tema e destacar a hérnia discal cervical.


A maioria das hérnias de disco cervical ocorre como consequência de estresse repentino. Isso acontece durante os movimentos, resultando em flexão, extensão ou torção inesperada do pescoço, por exemplo durante uma queda ou acidente automobilístico. Às vezes, as hérnias surgem gradualmente e existem fatores de risco que podem aumentar as chances de desenvolver esse problema, incluindo:

🔹Envelhecimento. À medida que envelhecemos, os discos secam gradualmente, afetando sua força, flexibilidade e resistência.
🔹História de trauma maior ou menor na coluna cervical.
🔹Estilo de vida. A falta de exercícios regulares, a falta de uma dieta equilibrada e o uso de tabaco contribuem substancialmente para a saúde do disco.
🔹Má postura, elevação ou torção incorreta e/ou repetitiva podem causar estresse adicional na coluna cervical.

Atualmente com o uso intenso e frequente de smartphones, tablets, notebooks e computadores é cada vez mais comum que permaneçamos períodos prolongados do nosso dia com o pescoço fletido, o que aumenta a pressão intradiscal cervical e dificulta a correta nutrição e hidratação do disco intervertebral. Com isso, a desidratação, a degeneração e o envelhecimento/desgaste precoce do disco intervertebral com consequente surgimento de dores cervicais e mesmo de hérnias discais cervicais está acontecendo com maior frequência e em pessoas mais jovens! Por isso, temos de saber que é importantíssimo cuidarmos da nossa postura ao utilizar os aparelhos eletrônicos desde a infância!

A localização da hérnia de disco no pescoço determinará qual parte do ombro, braço ou mão será mais afetada. Por exemplo, uma hérnia de disco entre C4-C5 gera dor ou fraqueza no pescoço e no ombro. Uma hérnia de disco em C6-C7 causa dor no pescoço e no braço que pega a parte de trás do braço até a parte de trás do antebraço e atrás do indicador e dedo médio.

Entenda como funciona a cirurgia:
Um segmento funcional da coluna vertebral é formado por duas vértebras com um disco entre os respectivos corpos vertebrais. Com técnicas minimamente invasivas, os tecidos moles do pescoço são separados para expor o disco danificado. O disco é removido para descomprimir a medula espinhal e/ou as raízes nervosas. Em pacientes mais jovens - abaixo dos 45 anos de idade - e sem outras alterações na coluna cervical, pode-se realizar a substituição do disco intervertebral por uma prótese de disco artificial que restaura a mobilidade natural e mantém a função da articulação do segmento - dois corpos vertebrais com um disco intervertebral entre eles. Em pacientes mais velhos ou que apresentem alterações articulares cervicais mais severas geralmente é necessário que o espaço do disco intervertebral herniado seja preenchido com uma prótese rígida e enxerto ósseo, com o objetivo de fundir os corpos das vértebras cervicais envolvidas, estabilizando o segmento.

Em casos específicos - cada vez mais raros em razão do diagnóstico precoce - que exista também instabilidade articular severa ou listese (escorregamentos) do corpo da vértebra, poderá ser necessário o uso de instrumentação para fixação com placas ou parafusos para ajudar a promover a fusão e adicionar estabilidade à coluna vertebral.

✅O tempo de recuperação e de retorno às atividades diárias- tanto de trabalho quando de lazer e esporte - depende principalmente do tipo de problema apresentado pelo paciente, o grau de comprometimento articular cervical e a técnica cirúrgica necessária ao tratamento.
Assim sendo, a recuperação completa, dependendo da situação, pode variar entre 30 dias ou até 6 meses após o procedimento.
✅A recuperação da cirurgia pode incluir o uso de um colar cervical por 3 a 12 semanas para permitir a cicatrização do tecido e do osso.
✅O retorno ao trabalho para aqueles com tarefas leves (escritório) pode ocorrer dentro de 2 a 4 semanas.
✅Quanto antes é feito o diagnóstico é o tratamento mais eficaz este será, tendo uma recuperação mais rápida, permitindo uma retomada mais breve das atividades diárias e minimizando o risco de sequelas e complicações

Você sente dores no pescoço com frequência? Consulte um especialista!

Dr. Marcos Perocco – Neurocirurgião
CRM/SP 110883 RQE 31707

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