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Data: 15 de outubro de 2021 

Cada vez que seu coração bate, o sangue é bombeado através das artérias para os seus órgãos e tecidos corporais. A pressão sanguínea arterial é produzida pela força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias, responsáveis por transportar o sangue pelo seu corpo inteiro.

As artérias se ramificam progressivamente, diminuindo o diâmetro, até chegarem aos tecidos dos órgãos do corpo humano, onde formam vasos muito finos, chamados capilares.

Ao nível dos capilares as células recebem do sangue o oxigênio e os nutrientes necessários para seu funcionamento, e devolvem o gás carbônico e outros resíduos.  A partir deste ponto, os vasos sanguíneos seguem o caminho contrário para levar o sangue de volta ao coração, os vasos se juntam e formam veias cada vez mais calibrosas.

 O sangue nas artérias tem uma pressão várias vezes mais alta que nas veias, e por isto suas paredes são mais espessas e tem mais camadas.

As malformações arteriovenosas (MAVs) são alterações congênitas do sistema circulatório que consistem em uma grande quantidade de vasos sanguíneos anormais, com veias e artérias com calibres consideráveis, conectadas diretamente umas às outras como um “novelo de lã”, onde o sangue arterial – com alta pressão – se mistura diretamente com o sangue venoso – de baixa pressão e favorece a dilatação progressiva dos vasos e a formação de aneurismas que podem romper e causar sangramento.  

As MAVs podem ocorrer em qualquer parte do corpo, mas quando são localizadas no cérebro ou na medula espinhal, os riscos decorrentes de seu aumento e, principalmente, de um sangramento costumam ser devastadores.

As MAVs podem também comprimir o tecido cerebral com seu crescimento, e similarmente ao que ocorre com um Tumor Cerebral, podem causar sintomas com gravidade variável entre convulsões e dores de cabeça.

📢  Os principais sintomas que podem ocorrer são:

🔹 Dormência, formigamento ou dor espontânea;

🔹 Fraqueza muscular ou paralisia;

🔹 Perda de coordenação motora;

🔹 Dificuldades para realizar tarefas;

🔹 Problemas de linguagem;

🔸 Dores de cabeça;

🔸 Distúrbios visuais;

🔸 Déficits de memória;

🔸 Confusão mental;

🔸 Dores de cabeça;

🔹 Distúrbios visuais;

🔹 Convulsões;

🔹 Alucinações;

🔹 Tontura;

🔹 Demência.


Se os sintomas se manifestarem com frequência ou mesmo de forma intensa e abrupta, o paciente deve procurar atendimento médico imediatamente. Caso uma MAV cerebral ou medular for diagnosticada o paciente será encaminhado a um médico neurocirurgião para receber tratamento adequado e evitar complicações como o acidente vascular cerebral hemorrágico, que no caso das MAVs, na maioria das vezes é mortal, causando sequelas neurológicas permanentes na maioria dos pacientes que sobrevivem.

Para o tratamento das MAVs cerebrais ou medulares, o objetivo é a prevenção de uma ruptura, com consequente hemorragia, bem como de descomprimir o tecido nervoso adjacente. As opções de tratamento incluem diversas técnicas de como microcirurgias, a embolização endovascular e a radioterapia/radiocirurgia estereotáxica.

✔ Microcirurgias: são as cirurgias onde abre-se o crânio ou a coluna do paciente para realizar a separação da MAV do tecido nervoso cerebral ou medular normal, com retirada da malformação em bloco.

 ✔ Embolização/Tratamento Endovascular: neste procedimento o material embólico (um tipo de "cola biológica") é injetado dentro da malformação arteriovenosa, causando seu entupimento.

 ✔ Radiocirurgia Estereotáxica: altas doses de radiação concentradas são emitidas para induzir o fechamento da MAV, levando a um processo lento de degeneração da mesma.

 ⚠   Cada caso necessita de um plano de tratamento específico elaborado com cuidado para oferecer menores riscos à saúde do paciente e maiores chances de obliterar a lesão, muitas vezes utilizando-se tratamentos híbridos, com a conjugação de mais de uma destas modalidades.

 📌 Fonte: American Association Neurological Surgeons
 
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