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Data: 05 de março de 2021
O diagnóstico e o tratamento de lesões selares e parasselares são desafiadores devido à complexidade anatômica da base do crânio – uma área que abriga muitas estruturas neurovasculares em um espaço limitado, e há várias doenças que podem ocorrer nesses locais.
Portanto, a experiência e o conhecimento dessa região são fundamentais para a interpretação correta dos exames de imagem.
Conforme descrito na publicação 𝐌𝐞𝐧𝐢𝐧𝐠𝐢𝐨𝐦𝐚 𝐨𝐟 𝐭𝐡𝐞 𝐒𝐞𝐥𝐥𝐚𝐫 𝐚𝐧𝐝 𝐏𝐚𝐫𝐚𝐬𝐞𝐥𝐥𝐚𝐫 𝐑𝐞𝐠𝐢𝐨𝐧, meningiomas selares e parasselares são lesões tipicamente benignas de crescimento lento que podem surgir de qualquer ponto ao longo da base do crânio dural.
Geralmente compreendem 1–3% das lesões selares ressecadas nas grandes séries transesfenoidais.
►Meningiomas puramente intrasselares são bastante incomuns e podem se manifestar com hipopituitarismo (diminuição da produção de hormônios pela hipófise), cefaleia(dor de cabeça) e perda visual. A maioria dos meningiomas puramente intrasselares se origina das folhas inferiores do diafragma selar.
►Meningiomas da região selar podem se manifestar com (diminuição da produção de hormônios pela hipófise), cefaleia(dor de cabeça), perda visual, interrupção dos movimentos de nervos cranianos (principalmente com paralisia dos movimentos oculares), proptose ocular, hidrocefalia ou qualquer combinação dessas condições.
►Meningiomas tubérculos da sela frequentemente apresentam perda visual.
♦Os adenomas hipofisários são de longe os tumores mais comuns da região selar, englobando 90 a 95% de todos essas neoplasias, conforme citação no livro Tumor Neurosurgery. Os sintomas variam dependendo do tipo de hormônio liberado pelo tumor ou de seu efeito de massa nas estruturas próximas.
A obra ainda destaca que a maioria dos tumores hipofisários são assintomáticos, descobertos como “incidentalomas” durante a investigação de outras doenças. O restante, junto com outras lesões selares, apresenta sintomas de disfunção endócrina, efeito de massa nas estruturas vizinhas, comumente os nervos ópticos ou quiasma, ou cefaleia. Além dos tumores secretores de prolactina, que respondem aos agonistas da dopamina, a base do tratamento é a cirurgia, com ou sem radioterapia.
Antes da cirurgia, mesmo em caso de emergência, todos os pacientes com tumor selar devem fazer testes de função tireoidiana, níveis de prolactina e imagens adequadas. Qualquer paciente com tumor com extensão suprasselar deve ser submetido a uma avaliação formal do campo visual.
►Referências:
Zada G., Lopes MBS, Mukundan S., Laws E. (2016) Meningioma of the Sellar and Parasellar Region. Em: Zada G., Lopes M., Mukundan Jr. S., Laws Jr. E. (eds) Atlas of Sellar and Parasellar Lesions. Springer, Cham. https://doi.org/10.1007/978-3-319-22855-6_28
Stacey RJ, Powell MP (2006) Sellar and Parasellar Tumors. In: Moore AJ, Newell DW (eds) Tumor Neurosurgery. Springer Specialist Surgery Series. Springer, Londres. https://doi.org/10.1007/978-1-84628-294-2_11