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Data: 07 de maio de 2021

A mielopatia cervical espondilótica é uma condição muito comum e potencialmente incapacitante. Ela surge quando a medula espinhal fica comprimida devido às mudanças decorrentes do desgaste, da degeneração e do envelhecimento que ocorrem na coluna cervical, é que muitas vezes culminam com deformidades das vértebras cervicais e de suas articulações, herniação dos discos intervertebrais, espessamento dos ligamentos e consequentemente com a compressão da medula espinhal e eventualmente de nervos cervicais que vão dela para os membros superiores. A incidência é maior entre as pessoas acima de 50 anos.

É importante que o paciente busque rapidamente tratamento médico especializado, pois a demora pode gerar piores resultados, incapacidade permanente, tetraplegia e até risco de morte. 

O alerta de hoje é para uma das doenças mais sérias de toda a coluna!

Geralmente, os pacientes começam o quadro clínico apenas com sintomas discretos, como dores cervicais recorrentes e torcicolos frequentes, porém com o passar do tempo e com o agravamento da compressão medular podem aparecer dores intensas, sensação de queimação ou dor que irradia pelos braços para os antebraços, às vezes nos dedos, associada a"alfinetes e agulhas - parestesias que se estendem até os dedos. Com a piora progressiva da compressão medular geralmente aparecem diminuição de força, de sensibilidade de habilidade manual, dificuldade de segurar objetos, dificuldade para andar e se levantar e até perda de controle da urina, sendo que neste estágio mais avançado mesmo com tratamento adequado o paciente pode permanecer com déficits neurológicos. Daí a necessidade de diagnóstico precoce e tratamento médico especializado. 

Os fatores que aumentam as chances do surgimento da mielopatia espondilótica incluem: 
►Histórico pessoal e familiar de problemas na coluna;
►Trabalhos que exigem muito da coluna, com movimentos repetitivos e com carga, ou persistência em posições de flexão ou rotação do pescoço;
►Trabalhos que utilizam máquinas e equipamentos com muita fibração (veículos utilitários e maquinário a diesel por exemplo)
►Tabagismo
►Doenças reumáticas, como artrite reumatóide;
►Doenças vasculares/circulatórias;
►Traumas cervicais
►Outras doenças preexistentes.

A utilização de aparelhos celulares, tablets e computadores com a tela abaixo da linha do olhar também tem contribuído cada vez mais para o aparecimento precoce deste tipo de doença. 
  • O tratamento cirúrgico é fortemente recomendado, principalmente quando os sintomas de mielopatia espondilótica cervical persistem ou pioram. 
  • O objetivo da cirurgia é em primeiro lugar evitar a progressão da doença, descomprimindo o canal vertebral e aliviando a pressão sobre a medula espinhal, removendo pedaços de osso ou tecidos moles (hérnias de disco e ligamentos espessados) que podem estar ocupando espaço no canal vertebral. Também é importante durante o procedimento cirúrgico estabilizar a coluna cervical e tentar reverter ou ao menos reduzir as deformidades causadas pela doença. 
 
  • Os principais procedimentos cirúrgicos utilizados são: discectomia cervical anterior associada a  fusão/artrodese, corpectomia cervical anterior associada a  fusão/artrodese, a laminoplastia e menos comumente a laminectomia associada a artrodese por via posterior.

E lembre-se: Dores na coluna não devem ser negligenciadas!
 
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