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Data: 09 de fevereiro de 2022

🚩 As fístulas arteriovenosas (FAVs) durais são lesões incomuns formadas por conexões anormais entre uma artéria e uma veia que podem ocorrer no cérebro, na medula espinhal ou em outras áreas do corpo.  

As fístulas tendem a se desenvolver a partir de grandes veias cerebrais que causam o estreitamento ou bloqueio de um dos seios venosos, responsáveis por direcionar o sangue que circula no cérebro de volta ao coração.

Os sintomas da condição podem ser caracterizados como agressivos ou benignos.👇

👉  Os agressivos resultam em sangramento no cérebro (hemorragia intracerebral) e podem causar sintomas, como o início súbito de dor de cabeça com graus variados de incapacidade neurológica, como: problemas de fala ou linguagem, dor facial, demência, parkinsonismo, problemas de coordenação, sensações de queimação ou formigamento, incluir episódios de convulsões, entre outros.

👉  Os sintomas benignos podem englobar problemas de audição, como: sopro atrás da orelha, conhecido como zumbido pulsátil e problemas de visão que incluem deterioração visual, protuberância ocular, inchaço no revestimento dos olhos.

Dentre as opções para o tratamento estão a microcirurgia vascular intracraniana, os procedimentos endovasculares e a radiocirurgia estereotáxica:

📌 Na microcirurgia vascular intracraniana o neurocirurgião faz uma pequena abertura no crânio - craniotomia - seguida da separação dos vasos doentes do tecido cerebral, com o isolamento destes do restante da circulação normal, com a colocação de clipes metálicos entre os vasos normais e a fístula arteriovenosa dural, excluindo-se desta forma a passagem de sangue para o seu interior. O cérebro não sofre cortes, mas suas meninges e vasos sanguíneos são delicadamente dissecados com o uso de um microscópio cirúrgico. 

Também são utilizados monitorização neurofisiológica intraoperatória e, até mesmo, a  angiografia intraoperatória por indocianina. Toda essa tecnologia aliada ao profundo conhecimento de neuroanatomia e ao treinamento constante em técnicas microcirúrgicas tornam o procedimento extremamente seguro e eficaz.

📌  No procedimento endovascular, o neurocirurgião insere um tubo longo e fino (cateter) através de um vaso sanguíneo até alcançar a fístula arteriovenosa dural usando imagens de Raio-X para liberar uma substância que terá como função bloquear a conexão anormal dos vasos sanguíneos.

📌 Já na Radiocirurgia estereotáxica, é possível utilizar radiação focada com precisão para bloquear a conexão anormal dos vasos sanguíneos. Por ter um efeito demorado – levando 24 a 36 meses para chegar-se a resolução do problema - este tratamento é reservado a lesões que são consideradas inoperáveis, a pacientes com idade avançada ou risco cirúrgico muito elevado em razão de outras doenças (comorbidades).

📢  Vale lembrar que o melhor procedimento é escolhido após uma análise criteriosa das condições do paciente, sendo que muitas vezes é necessária uma conjunção destes tratamentos  - comumente o tratamento endovascular associado a microcirurgia - para um melhor resultado.

🎯 Fonte: Mayo Clinic