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Data: 15 de janeiro de 2021
A gangliólise trigeminal por radiofrequência percutânea, também conhecida por tratamento da neuralgia do nervo trigêmeo por radiofrequência, é outra opção cirúrgica para o alívio dessa dor. É frequentemente indicada para pacientes que não obtêm alívio completo com as medicações ou aqueles que apresentam dores recorrentes.
Nesse procedimento, similarmente ao tratamento por balão, o médico neurocirurgião faz a inserção de uma cânula de radiofrequência na bochecha do paciente (próxima à boca) até atingir a parte do nervo trigêmeo que passa pela base do crânio sob a orientação de um aparelho de radioscopia (que realiza uma espécie de filme com raio-x). A diferença principal é que ao invés de utilizar uma agulha calibrosa para passar o balão de Fogarty em seu interior, é utilizada a cânula de radiofrequência, um tipo especial de agulha que é conectada a um aparelho gerador de radiofrequência.
Com a cânula posicionada é possível medir a impedância (resistência a passagem de corrente elétrica) do tecido onde está inserida a sua ponta. A impedância de cada tecido - nervo, artéria, músculo, osso, cérebro e etc - é diferente uma da outra e isto auxilia na confirmação do posicionamento ideal da cânula. Com esse aparelho também é possível realizar estimulação motora e sensitiva, que também auxiliam a confirmar o posicionamento da cânula.
Na região da ponta da cânula é gerado um campo de micro-ondas eletromagnéticas que aquece o ponto em que está localizado. Através do gerador de radiofrequência pode-se controlar a temperatura que está sendo gerada e o tempo exato que ela irá permanecer aquecendo o tecido.
O procedimento é realizado sob sedação.
▶️O objetivo é causar uma lesão das proteínas do gânglio do nervo trigêmeo para eliminar a dor.
O resultado é imediato e persiste por mais tempo que no caso da compressão por balão, com eliminação da dor para a maioria dos pacientes com uma incidência muito baixa de complicações menores.
🔹O efeito terapêutico tem uma duração mais prolongada, de 3 a 4 anos. E se a dor voltar, o procedimento pode ser repetido.
A principal contraindicação para a realização dessa técnica é o envolvimento do Ramo Oftálmico do Nervo Trigêmeo (V1), que se for tratado com esta técnica poderá incorrer em perda da sensibilidade da córnea, o que pode levar a uma úlcera de córnea. Vale destacar que esse método pode causar alteração sensorial transitória – uma sensação de dormência no rosto.
- Esse método é indicado para quando existe o envolvimento do Ramo Maxilar (V2) ou o Ramo Mandibular (V3) do Nervo Trigêmeo
- Muitos pacientes confundem essa dor intensa na face com dor de dente, já que são ramos do Nervo Trigêmeo que fazem a inervação sensitiva dos dentes.
🔹Apesar de ser considerada rara, a estimativa é de que 150 mil pessoas sofram anualmente com a condição no Brasil.
➡A doença é mais comum em mulheres acima dos 50 anos.
No próximo post, vamos abordar as opções de tratamentos para espasmo facial.